Tendo nascido e crescido na visão espírita, o destino me levou a adentrar na seara da Umbanda, na qual ainda me sinto um neófito, aprendendo a dar os primeiros passos junto às bondosas entidades que atuam em prol da felicidade e socorro dos que aportam nas sessões de assistência espiritual umbandista.
Nessa nova jornada, fui surpreendido com a maneira fraterna e respeitosa com que as entidades (pretos velhos, caboclos, ciganos etc. ) se aproximam de nós, médiuns em “novo” aprendizado.
E foi nessa fase que, após ser fraternalmente adotado por Pai Tomás e Caboclo Pena Branca, fui surpreendido com a aproximação de um marinheiro, cujo nome ainda não me foi revelado. Enquanto isso, permanece em minha mente apenas o termo “marujo”.
Ainda estou me afinando fluidicamente com o “Marujo”, tendo ficado muito marcante a primeira vez que percebi a sua presença. Senti o que posso chamar de “leve e agradável tontura”, quando então, estando próximo de Mãe Gilda, a informei do que estava sentindo e ela prontamente me amparou. Em seguida, dei passividade ao marinheiro, o que foi uma surpresa (e alegria), pois, vivenciei uma experiência diferente das que tive com Pai Tomás e Pena Branca, uma vez que, com a incorporação junto ao marinheiro, tive a vidência aflorada, visualizando nitidamente (e em cores) uma caravela seguindo em mar agitado.
Independentemente da agitação do mar, o sentimento que vivenciei naquele momento foi o de muita paz, com a convicção de que a nau seguia, naturalmente, seu percurso, sem maiores perigos ou dissabores.
Aliado a esse sentimento, pude observar que o marinheiro, apesar da firmeza de suas palavras, transmitia a humildade e o carinho de alguém que, já tendo ultrapassado os limites do amor-próprio, expandia seu amor a todos os que estivessem ávidos de sua orientação e amparo.
Estou dando os primeiros passos no que eu chamo, respeitosamente, de mediunidade de terreiro. E nesse começo, noto que meu irmão Marinheiro, com sua humildade e firmeza de espírito, se aproxima de mim como um espírito amigo e, ao mesmo tempo, protetor e severo instrutor.
Gostaria de falar mais sobre minha experiência com essa fraterna entidade, porém, a experiência só vem com a vivência e o tempo, pontos que ainda estão no estágio inicial entre mim e marinheiro.
Rogo a Olurum e a Oxalá, que me amparem, fortalecendo-me, para que eu seja um fiel transmissor das mensagens do marinheiro.
Cuiabá/MT., 16 dezembro/2024
Luís Aparecido