29 de abril de 2024 - 00:46

Brasil

Caso Daniel 20/03/2024 14:56 G1

Caso Daniel: jurados respondem a 140 perguntas antes da definição da sentença dos acusados de envolvimento na morte do jogador

Jurados devem responder sim ou não para cada pergunta antes de sair o veredito previsto para esta quarta-feira (20). Jogador foi encontrado morto, parcialmente degolado e com o órgão genital cortado, segundo polícia.

Os jurados que participam do júri popular dos sete acusados de envolvimento na morte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas devem responder sim ou não para 140 quesitos (perguntas) determinados pelo juiz, sobre cada um dos réus, para proferirem a sentença, nesta quarta-feira (20).

O terceiro dia de julgamento começou às 8h30.

Para Edison Brittes, o principal acusado da morte do jogador e que responde por cinco crimes, são 33 quesitos. Veja quais abaixo.

O julgamento ocorre no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitibacinco anos depois do crime. O jogador de 24 anos foi encontrado morto em 27 de outubro de 2018, em São José dos Pinhais. Ele estava parcialmente degolado e com o órgão genital cortado, segundo a polícia. Relembre abaixo.

O júri foi retomado nesta manhã com as réplicas e tréplicas de acusação e defesa. Pela tarde, o Conselho de Sentença se reúne para o veredito.

Foi definido pela manhã, e a acusação teve 1 hora de réplica e tréplica. A defesa dos acusados teve o mesmo tempo.

 

 

Quesitos que os jurados devem responder sobre Edison Brittes:

1.1. Homicídio qualificado

 

  1. No dia 27 de outubro de 2018, em fato que se iniciou, por volta das 8h40, no interior da residência, localizada na rua Nelson Portes de Brito, nº 116, bairro Guatupé, e terminou na Rua Augusto Micrute, s/n, bairro Colônia Mergulhão, tudo em São José dos Pinhais, Foro Regional da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a vítima Daniel Correa Freitas foi espancada, teve amputação peniana e foi parcialmente decapitada por objeto cortante, o que lhe causou a morte?
  2. O réu Edison Luiz Brittes Junior, em companhia de terceiros, foi o autor dos fatos?
  3. O jurado absolve o acusado?
  4. O réu excedeu culposamente os limites da legítima defesa, na medida em que prosseguiu com as agressões físicas quando já não havia necessidade para se defender?
  5. O acusado agiu sob o domínio de violenta emoção, em razão de injusta provocação, na medida em que vítima foi flagrada deitada na cama junto a Cristiana Rodrigues Brittes?
  6. O crime foi praticado por motivo torpe, visando à promoção de justiça privada contra a vitima?
  7. O crime se deu mediante emprego de meio cruel, em vista dos múltiplos ferimentos que sofreu (série violenta de socos e chutes), o que a submeteu a desnecessário e atroz sofrimento?
  8. O crime se deu mediante recurso que impossibilitou a defesa na medida em que a vítima foi agredida por inúmeras pessoas (superioridade numérica)?

 

1.2. Ocultação de cadáver

  1. No dia 27 de outubro de 2018, em horário não determinado nos autos, mas certo de que por volta das 9h30, na Rua Augusto Micrute, s/n, bairro Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, Foro Regional da Comarca da Região Metropolitana, ocultou-se o cadáver da vítima Daniel Correa Freitas no interior de uma mata de reflorestamento que existia nas margens da referida pista?
  2. O réu Edison Luiz Brites Junior, na companhia de terceiros, foi autor da ocultação?
  3. O jurado absolve o acusado?

 

1.3. Fraude Processual

  1. No dia 27 de outubro de 2018, em horário não determinado nos autos, mas certo de que durante o dia, na residência localizada na rua Nelson Portes de Brito, nº 116, bairro Guatupê, em São José dos Pinhais, Foro Regional da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, foram retirados vestígios visíveis de sangue dos cômodos e da calçada externa da casa, com o fim de induzir a erro a perícia criminal?
  2. O réu Edison Luiz Brites Junior, na companhia de terceiros, inovou artificiosamente o estado do local em que se iniciou o homicídio da vítima Daniel Correa Freitas?
  3. O jurado absolve o acusado?
  4. A fraude processual se destinou a produzir efeito em processo penal?

 

1.4. Corrupção de menores

  1. No dia 27 de outubro de 2018, em horário não determinado nos autos, mas certo de que durante o dia, na residência localizada na rua Nelson Portes de Brito, nº 116, bairro Guatupê, em São José dos Pinhais, Foro Regional da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, corrompeu-se a adolescente Thays Maria Farias, na medida em que com ela se praticou crime de fraude processual?
  2. O réu, em companhia de terceiro, foi o autor da corrupção?
  3. O jurado absolve o acusado?

 

1.5. Coação no curso do processo

  1. No dia 27 de outubro de 2018, em horário não determinado nos autos, mas certo de que no período da noite, em frente à residência da testemunha sigilosa 01, localizada em Curitiba, a testemunha sigilosa 01 foi ameaçada para que faltasse com a verdade quando ouvida perante a autoridade policial, narrando versão que lhe foi determinada?
  2. O réu, em companhia de terceiros, foi o autor das ameaças?
  3. O jurado absolve a acusado?

Vítima 1

  1. No dia 27 de outubro de 2018, em horário não determinado nos autos, mas certo de que no período da noite, em frente à residência da testemunha sigilosa 01, localizada em Curitiba, a testemunha sigilosa 01 foi ameaçada para que faltasse com a verdade quando ouvida perante a autoridade policial, narrando versão que lhe foi determinada?
  2. O réu, em companhia de terceiros, foi o autor das ameaças?
  3. O jurado absolve a acusado?
 

Vítima 2

  1. No dia 27 de outubro de 2018, em horário não determinado nos autos, mas certo de que no período da noite, em frente à residência da testemunha sigilosa 01, localizada em Curitiba, a testemunha sigilosa 02 foi ameaçada para que faltasse com a verdade quando ouvida perante a autoridade policial, narrando versão que lhe foi determinada?
  2. O réu, em companhia de terceiros, foi autor das ameaças?
  3. O jurado absolve o acusado?

 

Vítima 3

  1. No dia 29 de outubro de 2018, entre às 14h09 e 14h55, na praça de alimentação do Shopping São José, localizado na rua Izabel A redentora, nº 1434, Centro, São José dos Pinhais, Foro Regional da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a testemunha sigilosa 03 foi ameaçada para que faltasse com a verdade quando ouvida perante a autoridade policial, narrando versão que Ihe foi determinada?
  2. O réu, em companhia de terceiros, foi o autor das ameaças?
  3. O jurado absolve o acusado?

 

Vítima 4

  1. No dia 29 de outubro de 2018, entre às 14h09 e 14h55, na praça de alimentação do Shopping São José, localizado na rua Izabel A Redentora, nº 1434, Centro, São José dos Pinhais, Foro Regional da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a testemunha sigilosa 04 foi ameaçada para que faltasse com a verdade quando ouvida perante a autoridade polícial, narrando versão que lhe foi determinada?
  2. O réu, em companhia de terceiros, foi o autor das ameaças?
  3. O jurado absolve o acusado?
 

Vítima Lucas Carnelossi Stumpf Jacob

  • No dia 29 de outubro de 2018, entre às 14h21 e 14h46, na praça de alimentação do Shopping São José, localizado na rua Izabel A Redentora, nº 1434, Centro, São José dos Pinhais, Foro Regional da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a testemunha sigilosa 04 foi ameaçada para que faltasse com a verdade quando ouvida perante a autoridade policial, narrando versão que lhe foi determinada?
  • O réu, em companhia de terceiros, foi o autor das ameaças?
  • O jurado absolve o acusado?

Leia também:

Para os crimes imputados a David Silva, Ygor King e Eduardo da Silva os jurados respondem a 18 quesitos para cada um dos acusaos. Paraná Cristiana Brittes, outros 27 quesitos; Para Allana Brittes mais 22 quiesitos, e por fim, para Evellyn Perusso são quatro quesitos.

Na terça-feira (19) foram ouvidos cinco réus. Na segunda-feira (18) dois réus foram ouvidos, além de 13 testemunhas.

O caso:

 

Confira os crimes imputados a cada um dos réus

Acusados de envolvimento na morte de Daniel Correa Freitas, em 2018 — Foto: Reprodução/RPC

Acusados de envolvimento na morte de Daniel Correa Freitas, em 2018 — Foto: Reprodução/RPC

 

Sete pessoas são acusadas de envolvimento no crime. Veja por quais crimes elas respondem:

  • Edison Brittes Júnior: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver, corrupção de menor e coação do curso do processo;
  • Cristiana Rodrigues Brittes: homicídio qualificado (motivo torpe), fraude processual, corrupção de menor e coação do curso do processo;
  • Allana Emilly Brittes: coação do curso do processo, fraude processual e corrupção de menor
  • David Willian Vollero Silva: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver;
  • Eduardo Henrique Ribeiro da Silva: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), ocultação do cadáver e corrupção de menor;
  • Ygor King: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e ocultação do cadáver;
  • Evellyn Brisola Perusso: fraude processual.

 

Confira, no infográfico abaixo, a organização dentro do tribunal:

Organização dentro do tribunal onde ocorre o julgamento dos envolvidos na morte do jogador Daniel — Foto: Matheus Cavalheiro/Artes/RPC

Organização dentro do tribunal onde ocorre o julgamento dos envolvidos na morte do jogador Daniel — Foto: Matheus Cavalheiro/Artes/RPC

Relembre o crime

O jogador de futebol Daniel Correa Freitas, 24 anos, foi encontrado morto na área rural de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em 27 de outubro de 2018. Ele estava parcialmente degolado e com o órgão genital cortado, segundo a polícia.

Tudo aconteceu depois da festa de aniversário de 18 anos da filha de Edison Brittes, Allana, na noite de 26 de outubro de 2018, na qual também estava Daniel, em uma casa noturna de Curitiba. A festa continuou na manhã do dia seguinte na casa dos Brittes.

Família Brittes — Foto: Reprodução/Facebook

Família Brittes — Foto: Reprodução/Facebook

Edison Brittes alegou, em depoimento à polícia, que Daniel tentou estuprar a esposa dele, Cristiana Brittes, e que matou o jogador "sob forte emoção".

Dois dias após o crime, Edison Brittes marcou um encontrou em um shopping de São José dos Pinhais para, segundo a denúncia, coagir testemunhas. A reunião foi registrada por câmeras de segurança.

Câmeras de shopping flagram encontro de suspeitos da morte do jogador Daniel — Foto: Reprodução/TV Globo

Câmeras de shopping flagram encontro de suspeitos da morte do jogador Daniel — Foto: Reprodução/TV Globo

 

No inquérito concluído pela Polícia Civil, o delegado Amadeu Trevisan afirmou que não houve tentativa de estupro por parte do jogador Daniel contra Cristiana. Além disso, o delegado disse que Cristiana e a filha Allana mentiram em depoimento prestado à polícia.

O delegado disse também que o jogador não teve como reagir à agressão que sofreu dentro da casa, pois Daniel estava muito embriagado. De acordo com um laudo pericial, o jogador apresentava 13,4 decigramas de álcool por litro de sangue e não estava sob efeito de drogas.

Edison está preso desde 2018. Outro acusado de participação do crime, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, respondia em liberdade, quando foi preso após ser flagrado com drogas em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Os demais acusados respondem em liberdade.

Daniel Corrêa Freitas — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Daniel Corrêa Freitas — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net


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