28 de abril de 2024 - 21:02

Brasil

Regiões sem energia 20/03/2024 22:18 G1

Apagão em bairros centrais de São Paulo completa quase 60 horas

O Jornal Nacional mostrou que a Enel tem demorado mais para solucionar os apagões. De 2021 a fevereiro de 2024, o tempo de atendimento das ocorrência emergenciais passou de cerca de 9h para quase 16h - um aumento de 81%.

Moradores e comerciantes de São Paulo tiveram, nesta quarta-feira (20), o terceiro dia seguido com problemas no fornecimento de luz.

O churrasquinho nesta terça-feira (19) à noite foi no meio da rua, porque o restaurante estava às escuras. E não deu para aproveitar nada do que estava na câmara fria.

 

"Tudo o que a gente tinha de produção, de molhos, coisas prontas, maionese que a gente faz aqui mesmo, tudo descartado. Aqui dá para ver já porcionado lula, frutos do mar. Então o destino daqui vai ser o lixo mesmo", lamenta a recepcionista Thamara Popi.

Perdas também em uma padaria, depois de 23 horas sem energia, de segunda (18) para terça (19). Nesta quarta (20), a luz acabou novamente, durante mais de uma hora. A incerteza e o risco de mais prejuízos levaram o dono da padaria a contratar um gerador. O equipamento chegou no começo da tarde e vai continuar na porta, de prontidão, até as 22h, quando a padaria fechar.

 

"Sai bastante caro, sai em torno de uns R$ 8 mil para ele ficar aí e vai ficando aí até a gente ver se normalizou mesmo a energia", conta Margarete Azevedo, gerente da padaria.

O cozinheiro José Marcelo Pires reclama que o vai e volta da luz também estraga equipamentos.

 

"Já queimou um freezer, já jogou um freezer fora já, porque fica oscilando, vai e volta, vai e volta", revela ele.

Com semáforos apagados, ficou mais arriscado dirigir e atravessar as ruas. E, em um prédio de sete andares, os moradores ficaram sem elevador e as bombas deixaram de funcionar.

 

"A gente nunca tinha passado por essa situação de tantos dias sem energia e agora, por causa da falta de energia, sem água", conta a síndica Milena Moreira.

Desde segunda-feira (18) de manhã, a falta de luz atinge bairros do Centro de São Paulo onde estão hospitais, escolas, repartições públicas e milhares de moradias.

Jornal Nacional mostrou nesta terça que a Enel tem demorado mais para solucionar os apagõesSegundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, de 2021 a fevereiro de 2024, o tempo de atendimento das ocorrência emergenciais passou de cerca de 9h para quase 16h - um aumento de 81%.

Números da Aneel indicam ainda que, de 2021 até 2023, o valor que a empresa teve que deduzir da fatura dos clientes -- por falhas na prestação de serviço -- saltou de R$ 60,8 milhões para R$ 105 milhões em 2023, quase 70% a mais.

O diretor de manutenção da Enel disse que os apagões dos últimos dias não foram provocador por sobrecarga e que o sistema tem capacidade de suportar o pico de consumo por causa do calor. Dárcio de Souza Dias explicou que consertar uma rede subterrânea, como no Centro de São Paulo, leva mais tempo.

 

"Nós temos cerca de 40 km de cabo subterrâneo com 200 transformadores conectados. Então, para você conseguir fazer o remanejamento, conseguir fazer as atuações, localizar direitinho qual ponto que eu preciso reconectar, ele tem uma complexidade maior e, por si só, o fato de ser subterrâneo são espaços restritos de atuação. Então, por vezes, você não consegue descer mais que duas, três pessoas para fazer um reparo. Então, o sistema subterrâneo tem uma confiabilidade maior, é um sistema muito robusto e bom . Mas é uma operação mais complexa em relação ao que normalmente a gente faz na distribuição aérea", afirma.
 

Dárcio Dias afirma ainda que a empresa trabalha para reduzir o tempo atendimento.

 

"Está se investindo muito na rede, seja na modernização, na digitalização das redes. E um plano efetivo do TMA - tempo médio de atendimento emergencial - que é um dos principais projetos que a gente tem para 2024, é certamente isso vai trazer uma percepção diferente do que o cliente tem hoje", acrescenta.

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