02 de maio de 2024 - 09:14

Esporte

30/01/2024 09:38

Como modo "sincerão" de Mano tem aumentado clima de incerteza no início de ano

Sincero, direto e muitas vezes sem filtro. A postura mais incisiva de Mano Menezes nas primeiras entrevistas neste ano dão o tom do momento de incerteza e cobrança interna no Corinthians.

 As mudanças no elenco, a falta de reforços para compensar as saídas de jogadores experientes e o desempenho abaixo do esperado de alguns dos principais nomes têm deixado o treinador mais sincero em suas análises neste início de temporada.

Nesta terça-feira, às 19h30 (de Brasília), o Corinthians recebe o São Paulo, na Neo Química Arena, após duas derrotas em sequência no Campeonato Paulista, ameaçado pela primeira crise dentro de campo na gestão de Augusto Melo.

É importante ressaltar que entrevistas fortes e mais sinceras neste início de ano não têm sido exclusividade do treinador. Cássio foi taxativo ao cornetar a falta de opções no elenco e a improvisação que foi necessária ser feita na derrota para o Ituano, quando o volante Raniele atuou o segundo tempo como zagueiro.

Apesar da observação do goleiro e ídolo, Raniele voltou a atuar como zagueiro na derrota para o São Bernardo, quando o Corinthians ficou com um jogador a mais em campo por mais de 80 minutos.

Na mesma partida, Maycon classificou como "vergonha" o resultado pela superioridade numérica e um futebol pouco agressivo diante do adversário que disputa a Série C do Brasileiro.

– Está bem longe. A gente precisa contratar, precisa trazer, temos que ser honestos. Não cabe a mim quem contrata, quem chega. Mas temos que reforçar, né? O volante não pode entrar de zagueiro. Precisamos trazer jogadores, precisamos melhorar, saíram 12 ou 13 jogadores – disse Cássio.

As declarações mais fortes e que têm causado ruído maior vieram do técnico. Mano tem reforçado a necessidade de reforçar o elenco e que o processo de construção de uma nova equipe pode demandar mais tempo do que o imediatismo pelos resultados.

– Acho que estão bem evidentes as dificuldades que estamos tendo, não podemos escondê-las, você em jogos de três em três dias precisa ter mais elenco, ainda não temos. Os jogadores ainda não estão em ritmo de entregar um jogo de intensidade, os problemas estão aí e temos que resolver. Não podemos apontar o dedo um para o outro. Temos que ter um elenco no nível do Corinthians – disse o treinador após a derrota para o Ituano, pela segunda rodada do estadual.

Declarações sobre jogadores
Mano Menezes se envolveu em duas polêmicas num espaço de apenas cinco dias. Na derrota para o Ituano, o treinador criticou uma tentativa de finalização de Raniele e acabou tendo a declaração interpretada pelo Cuiabá, ex-clube do volante, como uma forma de menosprezo.

– Acho que as cobranças que eu fiz são coisas do jogo, nada de tão grave. Certamente poderíamos ter aproveitado as coisas de forma mais eficaz. O jogo apresentou uma boa condição de sairmos com a vitória, mais do que o jogo contra o Guarani. O adversário não chutou uma bola no gol no primeiro tempo. Talvez te referiste a uma cobrança no Raniele, porque tentou chutar uma bola ao gol... acho que estava lá em Cuiabá, tentou chutar. Não dá, né, estamos no Corinthians.

O técnico explicou, em entrevista coletiva no fim de semana, que foi mal interpretado.

– Estamos acostumados com a repercussão na rede social. Era em Cuiabá, não no Cuiabá, lá de Cuiabá, esse foi o termo que usei com o Raniele.

Na mesma entrevista, Mano teve de se explicar por uma bronca dada em Yuri Alberto após o atacante fazer uma falta de ataque considerada equivocada pelo treinador.

A reação foi questionar o atacante ainda dentro de campo:

– Você é burro? Você é burro?

A declaração incomodou o atacante, que deixou o campo minutos depois questionando o treinador pela forma como havia sido abordado. Mano Menezes minimizou a declaração e disse manter a transparência com os jogadores.

–As palavras são fortes no futebol, mas nos abraçamos porque sabe que a cobrança não é pessoal. A atitude pode ter sido burra naquele momento, uma falta de ataque, com um homem a mais. Sempre é a atitude, não a pessoa. Quem deu meio chutinho sabe que é assim.

– Vamos continuar trabalhando com a mesma lealdade, transparência dos jogadores, sabendo como é, também aceitamos respostas mais fortes. Não criamos crise onde não tem crise. Vamos trabalhar para construir um Corinthians forte – finalizou Mano.


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