Há quase dez anos sou trabalhadora do Centro Espírita Nossa Senhora do Carmo, casa que me acolheu com muito amor e emocionada tenho dificuldades em externar minha gratidão.
Nesses anos já passamos por tantas situações difíceis em nossas vidas, que se não fosse nossa religião Umbanda que tanto amo, que nos acolheu, que nos ensina e ajuda a enxergar nossos erros para que possamos melhorar, creio que não teríamos chegado até aqui. A maior prova disso, é que minha família está comigo nessa caminhada e meu filho se tornou o Ogãn chefe do terreiro e ele me acompanha desde do início. Meu marido Wendell, do seu jeito e de forma discreta, também se faz sempre presente.
Maior demonstração de fé e carinho que recebi foi a surpresa que meu esposo, juntamente com minhas Mães de Santo Gilda e Giulianna - amigas e confidentes, fizeram ao organizar em segredo uma festa de casamento coincidindo com uma outra data que já seria de grande valia para mim, minha iniciação na linha de Oxalá. O compromisso que reafirmamos marcou o início de uma nova etapa dentro do terreiro, com maiores responsabilidade e compromisso quando estava faltando praticamente um mês para completarmos 21 anos de matrimônio. Sim!!! Nos casamos perante a Oxalá.
A iniciativa do Wendell consagrou a fé e o amor que temos e firmamos na nossa religião e a confiança que temos nesta casa. Que surpresa linda!!! Ainda estou encantada com tudo que vivi naquele dia, as lembranças estarão guardadas eternamente em minha memória e levarei por toda minha vida…
Que nosso amor e nossa família estejam cada vez mais fortalecidos com as bençãos desta casa e dos Orixás.
Por Anita Penna - biomédica, funcionária pública e umbandista.
"ALMITRA falou de novo e disse:
- Mestre, que pensais do Casamento?
Ele respondeu, dizendo:
- Nascestes juntos,
juntos ficareis para sempre.
Ficareis juntos
quando as asas brancas da morte
dispersarem os vossos dias.
Sim. Ficareis juntos
até na silenciosa memória de Deus.
Mas que haja espaço na vossa comunhão;
e que os ventos do céu
dancem no meio de vós.
Amai-vos um ao outro,
mas não façais do amor um empecilho:
seja antes um mar vivo
entre as praias das vossas almas.
Enchei cada um o copo do outro,
mas não bebais por um só copo.
Partilhai o pão;
mas não comais do mesmo bocado.
Cantai e dançai juntos, sede alegres;
mas permaneça cada um sozinho,
como estão sozinhas as cordas do alaúde
enquanto nelas vibra a mesma harmonia.
Dai os vossos corações;
mas não a guardar um ao outro.
Porque só a mão da Vida
pode conter os vossos corações.
Mantende-vos juntos,
mas nunca demasiado próximos:
porque os pilares do templo
elevam-se, distanciados,
e o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro".